Assim como num estupro o elevado penetra no miolo do centro como uma construção dura e fria que ejacula milhões de carros por dia no melhor estilo “freudiano”. Talvez Freud também explique que tamanho colosso, sirva para esconder a impotência da cidade frente as necessidade de expansão.
Sua sombra que esconde os marginais e os excluídos e muitas vezes a exclusão dos excluídos pela policia, não suporta a luz da arte posta em sua sustentação. Ela, residente em seu pilar, se sobressai em figuras que não tem o objetivo de esconder a feiúra, mas de partilhá-la para revelar um outro lado, tornando ferro e concreto em porta voz de inúmeras mensagens.
Hoje xingado e criticado, parece não se comover com os desafetos, já que continua firme, levando de cá para lá o ciclista o motorista o banqueiro e o bancário, o traficante e todos os olhares de qualquer um que está a sua volta.
Ele não se importa com nada, a cara de São Paulo mesmo, que divide a parte que está sendo revitalizada das ruas infestadas de cortiços e lojas de refrigeração, tudo isto, sem ser chamado de preconceituoso. Até porque, disto ele não pode ser acusado, já que ele é o único espaço democrático da região. Todos passam por lá, desde que ele, esteja imóvel.
E apesar das rachaduras ele esta sempre imóvel, tanto quanto o desenvolvimento a sua volta. Mas, isto se o entendimento de desenvolvimento significar construções caras e um comércio promotor do consumismo exacerbado. Em sua volta se desenvolvem várias vidas de pessoas, comércios e etc. Por outro lado desenvolvimento pode ser entendido como local que abriga árvores ou espaço para passeios e leituras e... mas isto não “gera sustentação”.
A única idéia realmente sustentada é de que ele é muito mais que uma obra viária, problema ou solução, ele faz parte da história, está impregnado na vida dos moradores da região e na vida da cidade.
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Foto: Ricardo Alves Postagem: Ricardo Alves.
domingo, 10 de maio de 2009
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